quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Dígrafos

Dígrafos

É importante ressaltar que não se deve confundir consoantes e vogais (que são fonemas, ou seja, sons da fala) com letras (que são representações de fonemas). Note que em palavras como caRRo, paSSar, Chave, maLHo e galiNHa não há encontro consonantal, pois os conjuntos de letras RR, SS, CH, LH e NH representam uma só consoante. A esses grupos de letras que representam uma só consoante, dá-se o nome de dígrafos. Dígrafos, portanto, são representações, feitas por mais de uma letra, de uma única consoante. Incluem-se também entre os dígrafos as com binações de letras QU e GU antes de E e I, e, em alguns casos, SC, SÇ e XC.


OBS: Também não há encontro consonantal em palavras como caMPo e poNTo. Nesses casos, as letras M e N estão apenas marcando a nasalidade (cÃ-po e pÕ-to), não sendo consoantes.


Quer saber mais?

Quer saber mais sobre fonética e fonologia? Visite o site da Associação de Fonética Internacional (http://www.arts.gla.ac.uk/IPA/ipa.html) ou leia a Gramática do Português Comtemporâneo[bb], de Celso Cunha.

Encontro consonantal

Encontro consonantal

Encontro consonantal é o agrupamento de consoantes em um vocábulo, ou seja, é quando as consoantes aparecem juntas em um vocábulo, quando elas se “encontram”. A própria palavra “encontro” já apresenta vários encontros consonantais (eNCoNTRo). Merecem mais destaque na língua portuguesa os encontros consonantais em que a segunda consoante é /r/ ou /l/. Isso porque eles são muito comuns na língua portuguesa e porque não podem ser separados em sílabas.


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Encontros vocálicos

Encontros vocálicos

O encontro entre vogais em uma sílaba é chamado de encontro vocálico. No Português, existem três tipos de encontros vocálicos: os ditongos, o tritongos e os hiatos.


Ditongos

O ditongo é o encontro entre vogal e semivogal. Os ditongos podem ser crescentes ou decrescentes, orais ou nasais. Vamos dar uma olhada em cada um deles:


Ditongos crescentes


Ocorre um ditongo crescente toda vez que, em uma sílaba, temos o encontro de semivogal e vogal, necessariamente nessa ordem. São exemplos de ditongo crescente as palavras “sérIE”, “colégIO”, “ágUA”, “freqUEnte”.


Ditongos decrescentes


É o contrário do ditongo crescente, é quando temos o encontro de vogal e semivogal, necessariamente nessa ordem. São exemplos de ditongos crescentes as palavras “pAU”, “cAI”, “dEU”, “vIU”.


Ditongos nasais e orais


Do mesmo modo com que as vogais podem ser orais ou nasais (dependendo se elas se formam com o ar passando na cavidade oral, ou na cavidade nasal), os ditongos também podem ser orais ou nasais. Um exemplo de ditongo nasal é a palavra “pÃO” e um exemplo de ditongo oral é a palavra “pAI”.


Tritongos

Um tritongo é o encontro entre uma semivogal, uma vogal e outra semivogal, necessariamente nessa ordem. Os tritongos também podem ser classificados em orais ou nasais. Um exemplo de tritongo oral é a palavra “ParagUAI” e um de tritongo nasal é a palavra “sagUÃO”.


Hiatos

Um hiato é o encontro entre duas vogais. Repare que tanto nos tritongos como os ditongos o encontro de vogais e semivogais se dá na mesma sílaba. Com o hiato é diferente: as vogais que se encontram sempre vão estar em sílabas diferentes. Um exemplo clássico de hiato é a palavra “pAÍs”.


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Classificação dos fonemas

Classificação dos fonemas

Os fonemas são classificados em consoantes e vogais. Existem duas formas de fazer essa classificação: a partir do ponto de vista articulatório (de acordo com os movimentos de articulação necessários para se produzir o som) e a partir da função silábica. Do ponto de vista articulatório, vogais são sons formados pela vibração das pregas vocais e modificados nas cavidades do aparelho fonador. Na produção das vogais, a corrente de ar passa livremente por essas cavidades. Com as consoantes o quadro se modifica, pois em sua execução há sempre um obstáculo à passagem de ar. Em relação à função silábica, vogais podem ser definidas como ocupadoras do centro da sílaba, enquanto consoantes ficam às margens da sílaba: sempre aparecem acompanhadas de uma vogal.



Existe ainda outra categoria de classificação dos fonemas: as semivogais. Semivogais (ou semiconsoantes) são fonemas que ficam “no meio do caminho” entre vogais e consoantes, ou seja, apresentam características mistas. No português, são chamadas de semivogais o /i/ e o /u/ quando formam uma sílaba com uma outra vogal. Por exemplo, na palavra “herói” e “vários” o /i/ está na mesma sílaba do /o/ (HE-RÓI; VÁ-RIOS), sendo caracterizado como semivogal. O mesmo ocorre com o /u/ em palavras como “chapéu” e “quatro”. No entanto, repare que em palavras como “saúde” e “saía” (do verbo sair) o /u/ e o /i/ não são semivogais: são vogais, porque estão sozinhos em uma sílaba (SA-Ú-DE; SA-Í-A). Isso acontece porque a sílaba em que o /i/ e o /u/ se encontram é tônica e por isso eles não são semivogais nessas palavras.


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Acento tônico

Acento tônico

Acento tônico é o maior grau de força ou intensidade com o qual pronunciamos uma certa sílaba em um vocábulo. À sílaba que recebe o acento tônico damos o nome de sílaba tônica e às sílabas que não recebem o acento tônico damos o nome de sílabas átonas. Não confunda acento tônico com acento gráfico. Acento gráfico é a marcação na escrita do acento tônico. É importante saber que nem todas as palavras recebem acento gráfico, mas todas as palavras têm acento tônico. Para se determinar em qual sílaba se encontra o acento tônico, basta “chamar” a palavra. Veja a figura abaixo:



As palavras podem ser classificadas de acordo com a localização da sílaba tônica. Elas podem ser classificadas em oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas. As oxítonas apresentam o acento tônico na primeira sílaba, as paroxítonas na segunda sílaba e as proparoxítonas na terceira sílaba. Vale lembrar que a contagem de sílabas se dá a partir do final da palavra Veja o quadro abaixo:



Portanto, as palavras “oxítona”, “paroxítona” e “proparoxítona” são todas proparoxítonas, pois apresentam o acento tônico na terceira sílaba.


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Separação silábica

Separação silábica

Separar as sílabas de uma palavra significa separar essa palavra em unidades de som que são pronunciadas em conjunto, em uma única aspiração. Em outras palavr

as, separar as sílabas de uma palavra é separar os sons que a compõem. Repare que na maioria das palavras as sílabas são compostas por mais de um fonema (LEI-TU-RA, por exemplo, cujas sílabas chegam a ter até três fonemas diferentes). Por isso, não crie a idéia errada de que separar sílabas é separar fonemas.

Um método prático para separar as sílabas é pronunciar as palavras pausadamente, uma sílaba de cada vez. Separar sílabas é fazer mais ou menos o que algumas pessoas fazem para dar ênfase em um vocábulo enquanto falam. Veja a figura abaixo:


















Repare nas paralavras “maravilhoso” e “pãozinho”. Perceba que as letras LH e NH foram agrupadas na mesma sílaba. Quanto à palavra “péssima”, perceba que o SS foi separado em duas sílabas diferentes. Isso acontecerá sempre, portanto na hora de separar sílabas de palavras com SS, lembre-se de sempre deixar o SS em sílabas diferentes. Seguem alguns exemplos de separação de sílaba de palavras com SS: FRA-CAS-SO, PAS-SEI-O. Observe o quadro de letras que se separam e que se mantem juntas na separação silábica:





















É preciso prestar muita atenção quando se vai separar as sílabas de uma palavra pois nem sempre o modo como falamos corresponde a separação correta na escrita. Por exemplo, a palavra “advogado”. Se tentamos separá-la com base no modo como a falamos, muitos de nós a separaremos como “A-D-VO-GA-DO” ou como “A-DI-VO-GA-DO” ou ainda “A-DE-VO-GA-DO”, quando a forma correta é na verdade “AD-VO-GA-DO”. Essa separação incorreta de sílabas se dá porque raramente o falante de português brasileiro pronúncia a palavra “advogado” com D mudo. O que geralmente ocorre é o acréscimo de uma vogal (I ou E, geralmente o I) à sílaba com o D mudo. Isso porque é estranho para um falante de português brasileiro pronunciar uma palavra com consoante muda. Há uma tendência natural na língua portuguesa falada no Brasil de se preencher as sílabas de consoantes mudas com vogais breves, como o I ou o E. O mesmo processo ocorreu com a palavra “futebol”, cuja forma original em inglês era “football”. No entanto, apesar de na fala isso ser possível, na escrita é incorreto escrever “adivogado” ou “adevogado”, a forma correta é “advogado”, devido às convenções ortográficas.

As palavras podem ser classificadas de acordo com o número de sílabas que apresentam. Palavras de uma sílaba só são chamadas de monossílabas, palavras de duas sílabas são dissílabas, palavras de três sílabas são trissílabas e palavras de quatro ou mais sílabas são polissílabas.


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Fonética e fonologia: os sons da fala

Fonética e Fonologia

por Benjamim Linhares Machado Marchi

Definição:

Fonética e Fonologia são disciplinas da Linguística que estudam os sons da fala e como eles são produzidos. A Fonética estuda os sons da fala e a Fonologia estuda a função desses sons dentro de uma determinada língua. Trocando em miúdos, a Fonética estuda como é produzido o som “X” e a Fonologia estuda que função esse som “X” tem na língua.


Os sons da fala:

Quando falamos, produzimos uma corrente de ar que sai de nossos pulmões e vai até nossa boca, passando por diversos órgãos e estruturas. Os sons da fala são produzidos quando alguns desses órgãos e estruturas agem sobre essa corrente, ou seja, quando há mudança dessa corrente de ar. O conjunto de órgãos e estruturas que produzem os sons de nossa fala é chamado de aparelho fonador

.


Os sons da fala podem ser classificados de acordo com seu vozeamento e sua nasalidade. Veja o quadro abaixo:


Um som é vozeado (ou sonoro) quando a corrente de ar que vem dos pulmões encontra as pregas vocais retesadas (fechadas), fazendo-as vibrar, produzindo o som vozeado como o percebido na palavra “Bato”. Um som é surdo quando a corrente de ar que vem dos pulmões encontra as pregas vocais relaxadas (abertas), não correndo virbração e produzindo o som surdo percebido na palavra “Prato.”

Um som é bucal quando a corrente de ar passa unicamente pela cavidade bucal. Esse tipo de som pode ser percebido na palavra “bAto”. Um som é nasal quando a corrente de ar passa, além de na cavidade bucal, também na cavidade nasal, produzindo sons como os das plavras “pÃo”, “leÃo”, “capitÃo”, “bANto”, “prANto”, etc.


Som e fonema:

Fonemas são os sons da fala que são capazes de estabelecer uma diferenciação de significado entre dois vocábulos. Em outras palavras, um fonema é um som que é capaz de distinguir uma palavra de outra. Por exemplo, nos vocábulos ERRO (do verbo errar: eu ERRO frequentemente) e ERRO (substantivo: o ERRO é uma oportunidade de aprendizagem) os sons /é/ (do verbo) e /ê/ (do substantivo) são fonemas porque diferenciam dois vocábulos. Um outro exemplo de fonema é o som /c/ e o som /p/ nas palavras CÃO e PÃO. Esses sons são fonemas porque diferenciam dois vocábulos de uma língua.

Note, no entanto, que o mesmo fonema nem sempre é realizado pelo mesmo som. Veja figura abaixo:



Os diferentes sons que podem realizar um fonema são chamados de alofones ou variantes. Tente perceber no seu dia a dia como é diverso o modo das pessoas pronunciarem uma mesma palavra e compreenda que isso é natural da comunicação humana. A variação na fala é alvo de muito preconceito no mundo todo. Isso é uma pena, pois a variação é uma das grandes riquezas que uma língua pode ter. É evidente que em situações mais formais deve-se falar de modo mais adequado, mas ninguém deveria sofrer preconceito pelo modo de falar. Quanto à escrita, aí é outra história. Na hora de escrever precisamos estar atentos e obedecer às regras de ortografia e de gramática. Isso porque a escrita não é uma transcrição direta da fala, tendo suas próprias regras e convenções que devem ser respeitadas. Já pensou se todo mundo resolvesse escrever do jeito que acha melhor? Não seria uma confusão? É por isso que essas regras e convenções existem, para facilitar a comunicação.



Quer saber mais?

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Quer saber mais sobre variação lingüística? Leia o livro A Língua de Eulália, de Marcos Bagno.

Reforma ortográfica: fique a par das novas regras

Reforma ortográfica do Português: e agora?

por Benjamim Linhares Machado Marchi



0. INTRODUÇÃO


No dia 29 de setembro de 2008, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto que estabelece o cronograma de implantação do acordo ortográfico da Língua Portuguesa. Com isso, o Brasil se tornou o primeiro país a implementar oficialmente as novas regras, que passam a vigorar a partir de 1° de janeiro de 2009. No entanto, até 2012 ainda serão aceitas as regras antigas da língua portuguesa, ou seja, até 2012 será aceito tanto a grafia antiga como a unificada em documentos escritos no padrão formal de linguagem.

Serão modificadas aproximadamente 0,5% das palavras do Português do Brasil, uma porcentagem muito pequena se comparada a 1,6% de palavras modificadas no Português de Portugal. Essa reforma visa facilitar o intercâmbio cultural e científico entre os países membros da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) – Brasil, Portugal, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Timor Leste. O objetivo da reforma é facilitar o intercâmbio entre os países falantes de língua portuguesa, simplificando a ortografia da língua, que é a única entre as quatro grandes línguas do mundo (Inglês, Francês, Português e Espanhol) que apresenta duas grafias oficiais.

Mas será que a reforma realmente facilitará o intercâmbio cultural e científico? Será que a existência de duas grafias oficiais dificulta tanto assim a troca cultural e científica entre os países da CPLP? Será que o custo de implementação dessa reforma (com reeditoração de livros, formação de professores e implementação de medidas educacionais, entre outros gastos) é realmente ínfimo se comparado aos benefícios que ela trará? Será que as disparidades entre as duas grafias oficiais do Português são tão grandes a ponto de ser necessária uma reforma unificadora? Será que as disparidades das grafias não são um objeto de identificação cultural e a unificação viria a destruir isso? Essas são algumas questões acerca da reforma ortográfica que merecem reflexão, pois é preciso que cada falante do Português se pergunte: é realmente preciso unificar a língua portuguesa?

Seguem abaixo as mudanças que ocorrerão na língua:


  1. ALFABETO


O alfabeto português passará a ter 26 letras: serão incluídas as letras K, W e Y. Porém, o emprego dessas letras se restringe à:

a) Palavras oriundas de nomes próprios estrangeiros de pessoas

b) Palavras oriundas de nomes próprios estrangieros de lugares

c) Abreviaturas, síbolos, siglas e palavras adotadas como unidades de medida internacionais.

d) Palavras e nomes estrangeiros e seus derivados.


  1. ACENTUAÇÃO GRÁFICA


No geral, as regras continuam as mesmas, com exceção de alguns casos (que serão apontados) e do trema, que não será mais usado. Segue abaixo o que muda:

a) Os ditongos “ei” e “oi” das sílabas tônicas das palavras paroxítonas não receberão mais acento, já que a pronuncia varia em muitos casos: alcaloide, alcateia, androide, assembleia, boia, boleia, colmeia, Coreia, debiloide, geleia, joia, paranoia, tramoia, etc...

OBS: Continuam sendo acentuadas as oxítonas terminadas em éis, éu(s) e ói(s), como pastéis, troféu(s), herói(s), ou monossílabos tônicos, como i, réu, réis.

b) As paroxítonas com vogais “i” e “u” tônicas precedidas de ditongo também não receberão mais acento: baiuca, bocaiuva, feiura, etc...

OBS: O acento permanece quando as palavras forem oxítonas, com o “i” e o “u” em posição final, seguidos ou não de “s”, como Piauí e tuiuiú(s).

c) O hiato “oo” deixa de receber acento nas palavras paroxítonas: abençoo, voo, enjoo, magoo, perdoo, etc...

d) O hiato “eem” da terceira pessoa do plural do presente do indicativo ou subjuntivo dos verbos dar, crer, ler, ver (e seus derivados) não será mais acentuado: creem, leem, deem, veem.

e) O “u” tônico dos verbos arguir e redarguir conjugados na segunda pessoa do singular e na terceira pessoa do singular e do plural do presente do indicativo não será mais acentuado: (tú) arguis, (ele) argui, (eles) arguem.

f) Os verbos do tipo aguar, apaniguar, apaziguar, apropinquar, averiguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir, e seus afins, por permitirem duas possibilidades de pronúncia – com tonicidade na vogal “u” ou nas vogais “a”/”i” -, permitem duas formas de acentuação. Quando a tonicidade se der na vogal “u” (averigUo) ela não deve ser acentuada. Quando a tonicidade se der nas vogais “a”/”i” (enxÁguo/averÍguo) elas devem ser acentuadas.

g) Os acentos diferencias serão abolidos: Pára (verbo) e para (preposição) serão grafadas sempre sem acento, por exemplo.

OBS: Essa regra possui quatro exceções: pôr (verbo) e por (preposição), pôde (verbo conjugado no pretérito perfeito do indicativo, na terceira pessoa do singular) e pode (verbo conjugado no presente do indicativo, na terceira pessoa do singular), os verbos ter e vir que continuam tendo o acento para diferenciar plural de singular.

E duas formas facultativas: fôrma (substantivo) e forma (substantivo ou verbo conjugado na terceira pessoa do singular do presente do indicativo ou na segunda pessoa do singular do imperativo), dêmos (verbo conjugado no presente do subjuntivo, na primeira pessoa do plural) e demos (verbo conjugado no pretérito perfeito do indicativo, na primeira pessoa do plural).

h) Trema: Não existe mais trema, com exceção de palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros (hübneriano, mülleriano).


  1. HÍFEN


Nada mudará em:

a) Substantivos compostos (pé-de-moleque), casos de colocação pronominal (falou-lhe) e os sufixos de origem tupi-guarani açu, guaçu e mirim (capim-açu, Mogi-mirim).

b) Formações com prefixos, ou com palavras que funcionem como prefixos, em que o segundo elemento começa com “h”: anti-higiênico, anti-histórico, pré-história, sobre-humano, super-homem.

OBS: Essa regra possui uma exceção, a palavra “subumano”, na qual a palavra “humano” perde o “h”.

c) Vocábulos com os refixus circum e pan e o segundo elemento iniciado por vogal, “m” ou “n”: pan-americano, circum-escolar, circum-navegação.

d) Casos com os prefixos hiper, inter, sub e super, quando o segundo elemento começa pela mesma consoante. No caso de sub, usa-se hífen também quando a palavra for iniciada por “r”, como em “sub-região”: hiper-requintado, inter-racial, inter-regional, super-racista, super-romântico, etc...

e) Em palavras com os prefixos além, aquém, ex, recém, sem, soto e vice: além-mar, aquém-mar, ex-aluno, recém-casado, sem-terra, soto-piloto, vice-versa, etc...

f) Em verbetes com os prefixos tônicos acentuados pós, pré e pró seguidos de palavras independentes: pós-graduação, pré-escola, pró-americano, etc...

g) Ligação de duas ou mais palavras que formam encadeamentos de vocábulos (“eixo Rio-São Paulo”).


Não se usa hífen em:

a) Palavras em que o primeiro verbete termina com consoante e o segundo com vogal: hiperativo, interestadual, superamigo, etc...


O que muda:


O hífen será eliminado nos casos em que o prefixo termina em vogal e o segundo elemento se inicia por “r”, “s” ou vogal diferente (antirrábico, antissocial, aeroespacial)*. Por outro lado, nas palavras em que o prefixo termina com a mesma vogal que inicia o segundo elemento, o uso hífen será obrigatório (anti-ibérico, anti-imperialista, contra-atacar, etc...). A exceção é o prefixo “co”, que se junta a outra palavra mesmo que ela se inicie por “o” (coordenar, cooperar, etc...).

*Vale ressaltar que nas palavras em que o primeiro elemento termina com vogal e o segundo se inicia com “r” ou “s” será necessária a duplicação do “r” ou do “s”, por motivos de convenção ortográfica: antiSSocial, antiRRábico, etc...


  1. LETRAS MAIÚSCULAS


As regras continuam as mesmas, com exceção de nomes de vias e lugares públicos e os que designam artes, ciências e disciplinas, que poderão ser escritos com iniciais miúsculas ou minúculas.


QUER SABER MAIS?

Visite o site da CPLP: http//:www.cplp.org

Primeira vez

Saudações a todos que estão visitando este site! Gostaria de agradeçer pelo interesse no estudo de gramática. Espero que este site se mostre muito útil na resolução de dúvidas e na aprendizagem da gramática da língua portuguesa do Brasil. Gostaria de acrescentar que a orientação deste blog não é uma concepção purista da língua. Este blog se destina apenas a tirar dúvidas quanto à norma culta escrita do Português, e não a ensinar a falar "corretamente" a língua, até porque isso seria uma pretensão um tanto quanto absurda. Desejo a todos uma ótima estadia e peço que visitem também nossos parceiros.